terça-feira, 23 de outubro de 2012

Inclusão é realidade no setor público.


Não há como ignorar que a educação inclusiva e voltada para crianças com algum tipo de deficiência física ou mental é realidade no Brasil. Ainda que em processo de aperfeiçoamento e experimentação, quase todas as prefeituras do ABC possuem projetos de atenção aos estudantes com autismo, síndrome de Down, paralisia infantil, dificuldades auditivas, visuais e de locomoção e outras dificuldades, sempre na perspectiva da inclusão no ensino regular.
Presente no ABC, educação para alunos com necessidadesespeciais precisa, porém, de aperfeiçoamento.Foto: Divulgação/Escola Paulista.
De uma forma geral, as secretarias municipais de educação apostam em grupos de profissionais especializados em educação inclusiva que fazem atendimento itinerante, uma a duas vezes por semana, aos professores com alunos especiais em sala de aula. São Bernardo, São Caetano e Diadema já podem atender alunos em todas as unidades municipais.
Nas salas de aula, um estagiário ou auxiliar de professor, enviado pelo programa, acompanha a criança nas tarefas. “Nosso projeto é voltado para o desenvolvimento da autonomia do aluno”, explica Cecília de Oliveira Prado, chefe de Divisão da Educação Especial de São Bernardo. Cecília conta que o tempo que o cuidador fica com o aluno depende do grau de comprometimento da realização de atividades corriqueiras, e isso é avaliado pelos professores com formação específica que fazem o atendimento itinerante. O grupo também monta planos pedagógicos individualizados para cada área de deficiência.
Formação incompleta
“Muitos professores reclamam que não têm formação pra isso, mas não existe um curso que prepare o professor para incluir, assim o processo formativo acontece a partir da chegada da criança”, diz Cecília sobre a formação dos professores da rede municipal, que primeiro recebem o aluno especial em sala, para depois se informar e receber assistência.

Fernanda Sanmarone, diretora da Escola Paulista de Educação Especial, em São Bernardo, afirma que a formação deve ser contínua, porém desde o início. “Não pode incluir depois formar. O professor precisa ter formação desde o começo, mas na prática é totalmente diferente e ele continua aprendendo”, analisa a diretora da Escola Paulista.
A mantenedora do Núcleo Terapêutico CrerSer, também em São Bernardo, Mariana Martin Bianco, critica o curso superior de Pedagogia. “Na faculdade não temos respaldo sobre o assunto e na pós-graduação só recebemos teoria”, reclama. “A maioria dos professores está buscando informação por conta própria e aceitando este aluno do jeito que dá”, conta. Rio Grande da Serra não respondeu ao questionamento do Repórter Diário.
Especialistas sugerem parcerias
É consenso entre Mariana Martin Bianco e Fernanda Sanmarone que a aliança entre educação regular e especializada pode dar certo. “A ideia de escola de apoio favorece o social e reforça algumas especificidades”, explica Mariana. Fonoaudiologia, Fisioterapia, Psicologia, Terapia Ocupacional e Musicoterapia são algumas delas.

Fernanda explica que a escola especial dá aparato para as regulares. Uma dica, segundo a diretora, é fazer parte das parcerias entre governos estaduais e municipais e escolas particulares, que geram redução nas mensalidades.
Santo André e São Caetano complementam o turno regular com atenção especializada nas Salas de Recursos Multifuncionais, que atendem deficiências específicas, como as visuais. São Bernardo tem a Escola Polo Para Alunos Surdos para os pais que optarem por este processo. Mauá tem cerca de 12 escolas polo.
Santo André mantém, ainda, convênio com a Fundação de Medicina do ABC, para que profissionais da área da saúde integrem o trabalho multidisciplinar nas unidades municipais. Outra frente são as avaliações multidisciplinares e os atendimentos clínicos, com fonoaudiologia, psicologia, orientação familiar e psicopedagogia. O mesmo serviço é feito no CAEM (Centro de Atendimento Educacional Multidisciplinar). Outro convênio permite curso de pós-graduação para o magistério na Fundação, com especialização na área de inclusão.

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